Mercadão 24 horas

Mercadão 24 horas

Mogi das Cruzes – São Paulo.

  1. Viver o Centro de Mogi a noite

Desafio os amigos a fazer um passeio a noite a pé pelo centro da cidade de Mogi das Cruzes. Se gosta de aventura e adrenalina é um prato cheio. Provavelmente por toda esta aventura que o centro oferece é que os Shoppings sejam a opção mais segura, lembrando que nem todo mundo da cidade tem condições de ir até o Shopping e mesmo que não compre nada, ainda existe o custo do estacionamento. Isto aumenta a desigualdade da sociedade e a falta de opção de lazer para todos.

2. Viver o Centro de Mogi a noite.

Parabéns para quem pode frequentar o shopping ou mesmo a área do Monte Líbano, mas o meu foco é a cidade como um todo. A cidade de Mogi é por natureza desigual.

No centro da cidade é que estão os principais Instrumentos Culturais da cidade, que são as melhores opções para quem não tem dinheiro para acessar lazer e entretenimentos e que no período da noite funcionam até certo período e depois o centro todo morre.

3. Viver o Centro de Mogi a noite.

Temos um centro da cidade que só funciona no período diurno, pois quando a noite chega, perdemos a cidade para os sem tetos, apesar do excelente trabalho que são desenvolvidos pelos Assistentes Sociais e seus Programas, perdemos para a prostituição e perdemos para os marginais noturno, incluindo os pichadores que dominam a área.

              Passear a pé pelo centro da cidade depois de certa hora, passa a ser um aventura com muita adrenalina.

4. Viver o Centro de Mogi a noite.

Carga e descarga de produtos a noite e de dia.

No período do dia o maior problema que temos na cidade é o trânsito e ele fica pior quando há carga e descarga de mercadorias feitas por caminhões. Apesar de ter um horário controlado, mas o problema maior é que o transporte pesado incluindo o ônibus que abala as estruturas das construções centenárias do centro da cidade.

  • Existem várias cidades no mundo que adotaram outros tipos de abastecimento sem caminhões nas áreas centrais. Não podemos esquecer que é o nosso Centro Histórico de Mogi. A Prefeitura deve urgentemente aplicar o I do artigo 6º da Lei Nº 6288 de 14 de setembro de 2009, pois ela está sendo conivente com a degradação dos edifícios históricos.
  • O pior caso está nos ônibus que trafegam pela Rua São João em frente da Igreja do Carmo, monumento tombado pelo Patrimônio, municipal, estadual e federal. A igreja vem nos últimos anos apresentando trincas e rachaduras decorrente ao transporte pesado que passa pela via.
  • Na região do Mercadão não é diferente, pois os caminhões, mesmo pequenos ocupam espaço que poderiam ajudar na mobilidade do transito.

5. Viver o Centro de Mogi a noite.

Segurança a noite.

O Brasil inteiro tem problemas sociais e com seguranças a noite. Não é um privilégio da cidade de Mogi das Cruzes.

Mas vale lembrar que quando há vontade política, podemos amenizar esta situação.

Já tive oportunidade de andar pelas madrugadas no Bronx, distritos de Nova York, Buenos Aires e várias cidades da Europa e nunca me senti inseguro. Em Nova York implantaram a “Tolerância Zero” e fez com que a população sentisse segura em caminhar e usar os equipamentos urbanos na madrugada.

Mas o melhor exemplo da cidade é a Praça do Bom Jesus (São Benedito) que havíamos perdido para os moradores de rua. Apesar do excelente trabalho que os Assistentes Sociais e Programas que a Prefeitura tem, a Praça distanciou os cidadãos comuns e seus familiares de usar aquele espaço público.

A Prefeitura fez um trabalho que conseguiu resgatar a Praça para o povo e continua vigilante para evitar que aquela situação caótica volte.

Assim como fez na Praça do Bom Jesus, pode ser aplicado em todo o centro da cidade. Criando um Tolerância Zero mogiano.

6. Viver o Centro de Mogi a noite.

Descentralização

A cidade de Mogi das Cruzes peca nas questões de mobilidade. Além de ser uma cidade antiga com ruas e calçadas estreitas no centro da cidade, não existe um planejamento diametral de circulação do trânsito. Todo o trânsito entre bairros tem que passar pelo centro trazendo muitos carros que estão apenas de passagem. O resultado todos conhecemos.

Não é culpa só desta gestão, mas é uma característica das últimas décadas que foi dominada pela Associação Comercial e seus interesses pessoais e não da cidade.

A Lei de uso e ocupação do solo existente trouxe um olhar para que facilitasse o comercio local, fazendo com que os bairros ficassem autossuficientes e sem a necessidade de vir para o centro da cidade. Na teoria é fantástico, mas ainda não temos eficiência em sua aplicação, principalmente quando o assunto é espaços de lazer e cultura público. O Botujuru por exemplo não tem nenhuma Praça Publica e nem agência do Correio e Banco.

A descentralização deve ser aplicada em toda a sua essência, e deixar o centro como um Centro da História da cidade atraindo principalmente o Turismo, afinal somos um MIT – Município de Interesse Turísticos.

Dar mais vida para o Centro da cidade a noite pode fazer toda a diferença, inclusive para os comerciantes.

7. Viver o Centro de Mogi a noite.

Viva o centro

Alguns anos atrás participei de um movimento que chamava “Viva o Centro”. Muito interessante a proposta até descobrir que era um trampolim político. Nunca mais ouvi sobre o movimento e acho que deve ter morrido.

Os comerciantes do centro com a concorrência de outros locais como Hipermercados, Malls, Shopping e Centro Comerciais por conta de estacionamento e segurança perderam clientes potenciais.

A questão de estacionamento é um problema que tem solução e entre elas esta ter áreas de estacionamentos nas extremidades do centro e fazer o traslado com um VLT ou Micro-ônibus. A pessoa já se habituou a pagar estacionamento, só que com a baldeação, ficaria mais fácil para sair do centro.

Se fosse no período noturno, criar estacionamento controlado com segurança, além de ter transporte coletivo 24 horas.

8. Viver o Centro de Mogi a noite.

Mercadão Municipal

Quem viaja pelo interior do Brasil sabe muito bem que quando tem um Mercadão é ali que encontramos os produtos típicos da região.

Temos em nossa memória encontrar a Geleia de Mocotó, as galinhas vivas, as carnes secas, o maravilhoso figo cristalizado que presenteei muitos amigos, pois era especial, hoje existe, mas é industrializado. Entre tantas outras coisas e por conta do próprio mercado da cidade o nosso Mercadão se transformou.

Hoje encontramos no Mercadão o que encontramos na maioria dos supermercados e ainda vemos muitas lojas fechadas e algumas até como depósito em uma área nobre comercial. Sou frequentador do mercadão, mas cada vez que entro sinto que aquele Mercadão ficou para tras.

Quando fiz um curso na Sorbonne, o pessoal combinou de levar um presente para o reitor que representasse a cidade. Bem caqui não dava para levar, por conta de que eles não deixam entrar frutas na França. O jeito foi procurar alguma lembrança de Mogi e percorri toda a cidade e não encontrei nada até que cheguei no Mercadão e em uma banquinha onde vendia buchas, encontrei uma canequinha de bambu escrita “Lembrança de Mogi”. Foi o que me salvou.

Ter um Mercadão que venda produtos regionais e lembranças de Mogi deve ser o foco para a próxima ideia.

9. Viver o Centro de Mogi a noite.

Mercadão 24 horas

Vamos considerar que o centro da cidade morre a noite. Que as ruas ficam inseguras por conta de seus frequentadores e os cidadãos desaparecem em seus bairros que na maioria são pobres de atividades culturais.

Fazer com que o Mercadão funcione “24 horas”, traria uma nova vida para o centro da cidade, onde todos ganhariam: Comerciantes e população.

Que dentro do Mercadão tivéssemos bancas de serviços essenciais, como: Chaveiros, Sapateiros, Costureiras, encanadores, eletricistas e outros, além de produtos já comercializados no espaço comercial.

Nos outros post que fiz coloquei as questões de mal uso do espaço, estacionamentos, segurança, valor histórico e cultural. Antes da pandemia a feira noturna do Varejão era o maior sucesso, mesmo sendo para alguns fora de mão.

No centro da cidade temos infraestrutura comercial e cultural que adormece em momento que o consumo aumenta. Eis a oportunidade de mudar a história da cidade e do centro de Mogi das Cruzes.

Considerar o mercadão como ponto central da vitalização noturna do centro agregando atividades culturais e esportivas (corrida, caminhada, bicicletas) que contribuiria para que a população ganhasse novamente o espaço e com o aquecimento do comércio.

10. Viver o Centro de Mogi a noite.

Rua Coberta.

A necessidade de atrair mais o público para o Mercadão está fazendo com que a Secretaria da Agricultura pense em fazer uma Praça de Alimentação dentro do mercado nos próximos meses.

Eu sempre falo para os alunos que a arquitetura não resolve tudo. Existe o lado comportamental que deve ser trabalhado para que a arquitetura facilite o desenvolvimento das atividades.

Me lembro do Ex Prefeito Bertaiolli querendo que os comerciantes fizessem sanduiches de mortadela para que pudesse atrair mais pessoas como ocorre no Mercadão de São Paulo. Quer comer um pão com mortadela no Mercadão de São Paulo?. Entre na fila.

Mas sabendo das intenções é que me propus a oferecer um estudo de implantação de uma Praça de Alimentação na Rua Lateral que é subutilizada e que pudesse fazer a integração do interno com o externo.

A proposta inicial apresentada nas redes sociais foi muito bem recebida, o que significa que a população quer mudanças.

Este espaço externo coberto teria conexão direta com o Mercadão e facilidade de acesso aos sanitários, por outro lado estaremos criando local adequado para atividades culturais e de fácil acesso para a população.

Ajudamos o Mercadão e damos vida para o Centro.

Todos os outros questionamentos que possam ser levantados estão nos posts de 1 a 9 e as questões que não estão, podemos abordar.

Fica aqui a contribuição de mais uma ideia para a cidade, visando a melhoria sempre.